Chefes de fraude na mineração são transferidos de presídio em Campo Grande para Minas Gerais
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Presos na Operação Rejeito são transferidos para Minas Gerais
Os chefes do esquema de fraudes na mineração presos na Operação Rejeito, da Polícia Federal, foram transferidos para prisões de Minas Gerais nesta quarta-feira (15). Eles estavam na Penitenciária de Campo Grande (MS), considerada de segurança máxima, desde o último 20 de setembro.
A investigação do caso desvendou uma organização criminosa que atuava na liberação de licenças ambientais fraudulentas para exploração mineral. O esquema envolvia pagamentos de propina com participação de empresas de fachada e "laranjas", servidores públicos e empresários (leia mais abaixo).
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A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou as transferências dos seguintes investigados:
Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso. Ele foi levado para o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
Helder Adriano de Freitas, apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento. Ele também foi encaminhado ao Complexo Penitenciário Nelson Hungria.
João Alberto Paixão Lages, sócio de empresa e articulador do esquema. Ele está no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
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A operação prendeu 16 pessoas por participação no esquema. Os delitos apurados incluem corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de crimes ambientais e contra a ordem econômica.
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O esquema revelado pela Operação Rejeito no mês passado movimentou cifras bilionárias. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão ligado aos envolvidos nas fraudes. A investigação atingiu diretamente o alto escalão do governo Romeu Zema (Novo).
Pelo menos quatro dirigentes de órgãos ambientais e de patrimônio estaduais foram exonerados ou afastados dos cargos após serem citados nas investigações.
Em 18 de setembro, Romeu Zema chegou a dizer que a Controladoria Geral do Estado (CGE) já suspeitava da organização criminosa e que espera uma "punição exemplar" aos envolvidos.
"Estamos dando todo apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal", afirmou.
Em nota, o governo de Minas afirmou que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos.
Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG
Arte/g1
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